11.2.12

Marcel Proust: trecho de "À l'ombre des jeunes filles en fleurs"




[...] Compreendi melhor desde então que quando estamos apaixonados por uma mulher projetamos nela simplesmente um estado de nossa alma; que em conseqüência o importante não é o valor da mulher, mas a profundidade do estado; e que as emoções que uma moça medíocre nos dá podem permitir-nos fazer com que se elevem à nossa consciência partes mais íntimas de nós mesmos, mais pessoais, mais longínquas, mais essenciais do que poderia fazê-lo o prazer proporcionado pela conversação com um homem superior ou mesmo a contemplação e a admiração de suas obras.



[...] Je m’étais rendu mieux compte depuis qu’en étant amoureux d’une femme nous projetons simplement en elle un état de notre âme ; que par conséquent l’important n’est pas la valeur de la femme mais la profondeur de l’état ; et que les émotions qu’une jeune fille médiocre nous donne peuvent nous permettre de faire monter à notre conscience des parties plus intimes de nous-même, plus personnelles, plus lointaines, plus essentielles, que ne ferait le plaisir que nous donne la conversation d’un homme supérieur ou même la contemplation admirative de ses œuvres.



PROUST, Marcel. À l'ombre des jeunes filles en fleur. Paris: Gallimard, 1919.

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